É agora” Será que eu consigo? Eu encaro rapel. Encaro ladrão. Encaro o sol quente. Encaro a dor mas por muito tempo eu não consegui me encarar completamente no espelho. Domingo eu voltei a um lugar que me trouxe muitas lembranças e durante tanto tempo eu não consgui sequer levantar a cabeça e olhar. Era uma igreja. Não que eu não ande em igrejas. Era AQUELA igreja. Onde um dia eu fui tão feliz que pedi pra Deus por favor, que aquilo nunca acabasse. Obrigada Deus, por nunca me escutar! Você tem muito mais bom senso do que eu. Hoje parece divertido. E ao me sentar lá eu fiquei tão chocada por só conseguir ter lembranças boas. Foi inusitado. Procurei, procurei, procurei a dor.. nada. As noites sem dormir com um aperto na garganta que tirava a respiração? Fiz esforço pra lembrar. A ligação desesperada às 3 da manhã, “por favor, por favor, me tira daqui?” Parecia um filme mal feito e distante. Os calmantes, a angustia, a vontade desesperada de ligar e a pergunta presente no meu inconsciente o tempo todo (Por que?) Não vi.
Eu nunca falo sobre isso. Não com seriedade.Não da maneira que deveria falar. Sei lá, nunca superei. Faço piada. Rio o tempo todo. Passei pela mesma descoberta a segunda vez e agora olhando pra sentimentos muito mas enraizados, consistentes e verdadeiros.. e eu consegui. Então porque as vezes, à noite eu ainda acordava como aquilo nunca tivesse passado? Porque no dia da formatura que o acaso me levou a presenciar quando eu cheguei em casa eu chorei tanto? Porque eu simplesmente não consegui? Perdoar é fácil? Pra quem? Pra quem quer ser perdoado ou pra quem quer perdoar? Eu quis muito perdoar esse tempo todo, virar logo essa página e continuar mas eu não consegui. O perdão não veio. Achei que não chegaria nunca. Chegou.
“Perdoe com gratidão aqueles que não te amam.”
Não foi a ausencia de amor que eu tive que perdoar. Não foi a não reciprocidade de sentimentos porque vá lá.. eu não me apaixonei. Ou melhor, eu nunca amei. Foi ter feito papel de boba? Já fiz várias vezes, não me importo.
Foi a crueldade. A crueldade de pegar os sentimentos alheios e manipular a seu favor,de se aprovetar justamente dessa falta de amor e preenche-la com mentiras e sentimentos vazios, é ter consciencia daquilo que se quer e de fato se é e se esconder atrás de mim. Atrás de uma menina. Atrás de uma flor, de um cartão, de uma aula, de um sorriso, de uma taça de champagne, de uma boneca, de uma surpresa, de um beijo. A covardia é que teve que ser perdoada. A pompa. A pressão. O zelo de tudo aquilo que não existia. Achei que relacionamentos se sustentavam sob bases sólidas. Hoje, aceito que eles se sustentem em meio ao nada apenas pela corrente que se forma entre duas pessoas. Eu perdoei o segundo e não consegui me livrar do primeiro. Eu amei o primeiro e bom.. também tentei me esconder trás do segundo. Duas vezes a mesma dor. Duas vezes amor. Duas vezes mais o que? Acho que hoje eu aguentaria muito mais peso. Naquela época, foi só até onde eu conseguir ir. Então.. acabou a vontade de mudar de calçada. Sou capaz até de abrir um sorriso se eu te ver porque no meio disso tudo, eu também tive que me perdoar. Perdoar ver em mim mesma o egoísmo (cruel) de não aceitar que todo mundo um dia pode errar (precisava errar comigo?) Errei junto com você. Carreguei esse erro sem sentido durante muito tempo. Agora quero todos esses erros fora, longe daqui. E como eu disse, de tudo, do nada, acabou ficando alguma coisa. Boa. De coração, estamos quites.
“A única coisa que eu quero é que você seja feliz, da maneira que for, onde tiver que ser, de coração. E os bons momentos que nós passamos juntos, as descobertas que dividimos eu vou olhar pra trás sempre e guarda-las com muito carinho porque eu sempre vi verdade ali. O tempo passou, a gente cresceu, mudou e não tem nada diferente do curso natural da vida do que isso.
Eu não sei sua história, não sei se é fácil ou difícil mas gostaria muito de poder te abraçar e dizer que a minha admiração por você não muda. Então lute por aquilo que você quer, que te faz feliz, viva sua vida intensamente, ame, desame, curta sem medo, sem vergonha de nada.. porque você merece ser feliz.”
Eu não sei sua história, não sei se é fácil ou difícil mas gostaria muito de poder te abraçar e dizer que a minha admiração por você não muda. Então lute por aquilo que você quer, que te faz feliz, viva sua vida intensamente, ame, desame, curta sem medo, sem vergonha de nada.. porque você merece ser feliz.”
Isso não se aplica ao segundo e sim ao primeiro que depois virou segundo também. Sei lá, vocês são esquisitos. Bom, divirtam-se. Eu tive que fazer uma escolha e de uma vez por todas, escolhi a liberdade de poder virar essa página.E tantas outras que vierem e eu quiser. Vocês me mostraram o que poucas mulheres podem suportar Me mostraram que eu Posso. Forevermente.
“..E q a nossa historia, o sentimento puro, inocente.. foi sim tudo de verdade, e tenho mt orgulho de dizer isso! Tb amo vc!”
Vou terminar de escrever isso rindo. Quantas meninas no mundo tiveram dois namorados gays hã? Termino agradecendo também. Por ter vivido o sonho e o pesadelo, por ter conhecido o melhor e o pior de mim através de vocês.
“de qualquer forma, eu te asseguro que vai valer a pena tudo que a gente tiver vivido ate la. Porque a vida é assim! Tenha orgulho de você! Eu tenho orgulho de você. Todo sofrimento, magoa e dor que você passoui ate hoje, te transformou nessa pessoa mais sensata, consciente e adulta que você é hoje! Talvez tudo que tu sentindo seja so in-se-gu-ran-ça...”
Aguardando-te, amor, revejo os dias
Da minha infância já distante, quando
Eu ficava, como hoje, te esperando
Mas sem saber ao certo se virias.
E é bom ficar assim, quieto, lembrandoDa minha infância já distante, quando
Eu ficava, como hoje, te esperando
Mas sem saber ao certo se virias.
Ao longo de milhares de poesias
Que te estás sempre e sempre renovando
Para me dar maiores alegrias.
Soneto da Espera. Vinícios de Moraes.
(Desabafo de uma pessoa muito especial)